O homem não foi à Lua - Os argumentos fotográficos (II)

Onde foram parar as estrelas?
Por que não se vê estrelas em nenhuma das fotos tiradas pelos astronautas? Afinal, com céu límpido e sem nenhuma outra fonte de luz para ofuscar as estrelas além do disco solar (e da azulíssima Terra), seria de se esperar que as fotos e filmagens exibissem um fundo estrelado pelo menos tão belo quanto aqueles que vemos nas áreas rurais. Em vez disso não se vê nada a não ser uma negritude absoluta. Seria esta uma evidência de que a filmagem foi forjada dentro de um estúdio? Ou teriam sido as estrelas apagadas das fotografias para não revelar o local aonde a farsa foi montada?



Para aqueles com conhecimentos mínimos em fotografia, este fato não esconde conspiração alguma. É bem conhecido o fato de que para fotografar objetos que emitem pouca luz, como estrelas, é preciso aumentar o tempo de exposição da imagem para que uma maior quantidade de luz passe pelo obturador da máquina e impressione o filme (ou utilizar um "filme rápido" que se sensibilize mais rapidamente, diminuindo o tempo de exposição). É claro que isto é um problema se você quer, na mesma foto, retratar objetos zilhões de vezes mais brilhantes, como uma enorme Lua cheia ou astronautas em roupas brancas reluzentes andando em um terreno brilhante. Neste caso o excesso de luz acabaria "lavando" a imagem, tornando a foto borrada.

Só para comparação, em 1967 a sonda não tripulada Surveyor, enviada à Lua para investigar se o local escolhido para o pouso era apropriado, tirou diversas fotos do céu estrelado para orientação futura, mas para isso precisou utilizar um tempo de exposição de quase 3 minutos. Este tempo foi simplesmente 45000 vezes maior do que o tempo de exposição (0,004 s) das fotos tiradas pelos astronautas.

Por que aquelas linhas estão atrás dos objetos?

As lentes da máquina usada na Lua possuíam finas linhas em forma de cruz utilizadas para fazer medidas de distância. É evidente que estas cruzetas, ficando entre a luz e o filme, deveriam aparecer sempre por cima das imagens. Mas então como explicar as marcas que aparecem por baixo de alguns objetos em certas fotos? Será que a NASA manipulou estas imagens adicionando desastradamente as imagens por sobre as marcas? Responder esta pergunta é fácil. Bem mais difícil seria responder porque a NASA faria isso se estivesse empenhada em forjar estas fotos.



Novamente tudo o que é necessário é um mínimo de conhecimento de fotografia. Assim como a tinta de uma caneta tinteiro faz um pequeno borrão sobre o papel se você mantiver sua ponta por muito tempo no mesmo local, a luz também "borra" o filme espalhando-se sobre as áreas adjacentes da imagem caso sua quantidade seja muito grande. Realmente, observando as fotos com um pouco mais de cuidado, é possível perceber que as cruzetas parecem sobrepostas somente quando o objeto atrás delas é branco. Podemos concluir que a grande quantidade de luz refletida por estas áreas brancas "escorreu", ou seja, sensibilizou a área vizinha do filme preenchendo as tênues linhas. A ampliação ao lado, em que a linha reaparece por detrás da área brilhante, encerra o caso.

Existem fotos onde o fundo é idêntico, mas o módulo lunar só aparece em uma delas!

Finalmente a prova inquestionável da farsa, dizem os conspiracionistas: duas fotos com o mesmo fundo, uma como o módulo lunar outra sem ele! Que descuido da NASA!



Antes de mais nada, é muito difícil afirmar que duas fotos foram tiradas exatamente no mesmo local com base apenas em um distante fundo montanhoso, e qualquer exercício deste tipo é maliciosamente falacioso. Como exemplo compare as duas fotos ao lado - A árvore não aparece na foto da direita, embora o fundo seja o mesmo. Será esta foto uma fraude? Neste caso o engano conspiracionista vai mais longe: as fotos não têm o mesmo fundo. Na verdade, elas são ampliações das regiões centrais das fotos mostradas abaixo cortadas de maneira a parecerem iguais. Analisando as originais é possível perceber que as duas foram tiradas em locais diferentes embora evidentemente próximos, talvez várias dezenas de metros uma da outra.



Onde foi parar a Terra nas fotos lunares?
Algumas pessoas afirmam que a Terra não aparece em nenhuma das filmagens. Bem, isso simplesmente não é verdadeiro, como se pode ver nas imagens abaixo.



Outros reconhecem que a Terra aparece em algumas fotos, mas não se convencem que as imagens são realmente do nosso planeta. Como a Terra é muito maior do que a Lua, estas pessoas esperavam ver um imenso disco terrestre nas fotos e não aquele pontinho decepcionante.

Se por um lado é verdade que a Terra cheia na Lua é 13,5 vezes maior do que a Lua cheia na Terra, por outro lado não é tão simples assim captar este esplendor em uma foto. Como sabem todos aqueles que já se frustraram ao tentar capturar uma belo luar com uma máquina doméstica, o tamanho da Lua em uma fotografia varia de acordo com o tamanho da lente que se usa. Máquinas domésticas geralmente possuem lentes de 50mm o que faz da Lua apenas um pontinho mirrado de luz. A imagem abaixo mostra o tamanho aparente da Lua de acordo com o tipo de lente. A lente usada pelos astronautas era de 70 mm então você já sabe o que esperar.



Como as fotos ficaram tão boas?
Para manter as mãos livres as máquinas fotográficas dos astronautas ficavam presas ao peito. Isso fazia com que eles tivessem que mover o corpo todo para enquadrar uma foto, o que certamente era um bocado difícil. Mas então como os astronautas conseguiram fazer registros tão perfeitos da Lua?

Em primeiro lugar: muito treino. Os astronautas evidentemente treinaram exaustivamente todos os detalhes da missão, inclusive este. Mas mesmo que a prática não leve à perfeição não é possível dizer que dentre as 17.000 fotos tiradas não havia algumas cabeças cortadas aqui e ali, só porque estas fotos não foram publicadas nos jornais, não é verdade? Além disso, como seria de se esperar, mesmo as melhores fotos usadas pela imprensa foram tratadas, centradas e enquadradas.

Fonte: Projeto Ockham - Desvendando a Ciência e pensamentos críticos.

O homem não foi à Lua - Os argumentos fotográficos (I)

Qual o problema com as sombras na Lua?
Nós só vemos os objetos porque eles refletem a luz em direção aos nossos olhos. Se você está em um quarto escuro de paredes escuras iluminado por uma fonte única de luz, nada que esteja sob sua sombra será visível já que esta região não recebe luz alguma que possa ser refletida. Esta é uma situação pouco comum na Terra onde, além da luz direta do Sol, somos banhados pela luz refletida na atmosfera, nas nuvens, no solo, etc, de forma que as sombras, na maior parte das vezes, são na verdade penumbras, ou seja não são áreas de total ausência de luz. Mas se na Lua não há atmosfera para espalhar a luz e toda a iluminação provém unicamente do disco solar pairando no céu negro, seria de se esperar que as sombras fossem absolutamente negras, regiões de total ausência de luz nas quais nada fosse visível. Então como é possível enxergar os astronautas sob a sombra do módulo lunar (como na figura abaixo)? Como é possível ver, em algumas fotos, a frente do astronauta quando ele tem o Sol às suas costas?



A explicação é simples: assim como na Terra, o Sol não é a única fonte de luz na Lua. O solo lunar é formado de silicatos brilhantes que refletem de volta uma parte considerável da luz do Sol, funcionando como uma grande fonte de luz indireta. O efeito é o mesmo que se observa na Terra quando a luz do Sol incide sobre a areia branca da praia ou sob uma superfície coberta de neve (quanto mais branco é o solo mais luz é refletida, por isso esquiadores têm que usar óculos escuros especiais). A fuselagem brilhante do módulo lunar e a cor branca do traje espacial do astronauta que tira a foto ajudam ainda mais na iluminação indireta, em um efeito parecido com o de um assistente que segura uma folha laminada junto a um modelo sendo fotografado. E não se pode esquecer que a própria Terra, com sua cobertura de nuvens brancas e muito maior no céu da Lua do que a Lua aqui (ainda que não tão brilhante), ajuda um pouquinho mais na iluminação da noite ensolarada da Lua.

Outro problema levantado pelos conspiracionistas é que em muitas fotos as sombras projetadas pelos astronautas parecem ter comprimentos e direções diferentes, sugerindo que a filmagem foi realizada em estúdio com mais de uma fonte de luz. As fotos clássicas são estas ao lado (ei...mas se houvesse dois refletores cada astronauta não teria duas sombras?).

A explicação para o problema do tamanho das sombras é bastante simples. Primeiramente é importante notar que o terreno lunar não é nada plano, mas cheio de montes, montículos e crateras que muitas vezes são pouco evidentes nas fotos, especialmente nas de menor resolução. Além disso, devemos nos lembrar que uma pessoa em uma elevação lança uma sombra maior do que uma pessoa em um ponto mais baixo. A diferença de tamanho entre as sombras será mais acentuada quanto mais baixo no horizonte estiver o Sol. A figura abaixo ilustra a situação com um modelo em 3D; na imagem os dois bonecos têm a mesma altura e estão a uma mesma distância da borda anterior, de onde vem a luz.



Isto explica o tamanho das sombras na primeira das fotos acima, mas o que dizer das direções delas? O que acontece é que duas sombras vistas em uma foto ou em qualquer representação plana de fato não serão paralelas se estiverem sobre duas superfícies não paralelas. Perceba no modelo 3D acima como a sombra projetada na superfície inclinada parece mudar de direção quando ela encontra a base da elevação. Agora observe as duas imagens abaixo, uma delas de um modelo da superfície lunar que construímos para mostrar este detalhe.



Finalmente, para eliminar qualquer dúvida: acompanhe as duas seqüências de imagens abaixo (retiradas de www.clavius.org, o mais completo site dedicado a combater os argumentos conspiracionistas). Todas as fotos foram tiradas em um terreno praticamente plano. Veja como, à medida que a câmera se afasta é impossível dizer o ângulo real que a sombra faz com o objeto. Na primeira seqüência vê-se que a sombra da rocha faz com a estaca um ângulo de mais ou menos 15 graus. Já na segunda foto, tirada a 20 metros, a sombra da pedra e da estaca parecem quase horizontais. Na segunda seqüência as sombras da pedra e da haste fincada no solo, que são perfeitamente paralelas na vista aérea da primeira foto, parecem ter direções completamente diferentes quando a foto é tirada a 17 metros. Novamente a sombra da pedra, por ser mais curta, parece praticamente horizontal.





Além de tudo isso ainda é preciso levar em conta o efeito da perspectiva sobre as sombras paralelas de mesmo comprimento. Veja a foto ao lado.

Agora observe a foto abaixo, exaustivamente usada pelos conspiracionistas para mostrar como as sombras estão "erradas". Em vista do que mostramos você ainda acha que as sombras nesta foto deveriam realmente ser paralelas?



Fonte: Projeto Ockham - Desvendando a Ciência e pensamentos críticos.